quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Um possível Capitão do Asfalto
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
SÓ DE SACANAGEM
Ainda me lembro da primeira vez em que conheci o texto de Elisa Lucinda intitulado “Só de sacanagem”. Foi numa bela tarde primaveril, enquanto escutava um CD de Ana Carolina que descobri este achado. Tive outras oportunidades de relembrá-lo, como numa prova de português do colégio ou, o motivo pelo qual escrevo agora, por uma irritação pessoal.
Foi numa discussão, bem assim: começou-se a falar de política e sobre os candidatos do segundo turno à presidência. Acabei entrando em conflito sobre meu candidato e o deles. Acho que política é uma questão de ideologia, opinião e, muitas vezes, de falta de esclarecimento. Mas não acho que as palavras “certo” e “errado” se enquadrem neste assunto. E é isto que envolve nossa “briga”. À começar que esculhambaram meu candidato...por mais que eu não ache que ele(sentido impessoal) seja o ideal de representante, ou como disse Wagner Moura “ Não é com entusiasmo que irei votar”, acho que seja o melhor entre os dois. Por conseguinte, utilizaram-se de uma grande mídia para basear seus argumentos: parecia que não estava falando com pessoas reais, porém lendo uma revista que senti estar deslizando em minhas mãos com suas páginas repletas de acusações muitas vezes sem embasamento. E foi assim que a conversa deu rumo a um aspecto “você está errada”, “é um absurdo isso que você está falando”. Sei que são pessoas mais velhas e com mais experiência. Posso até mudar de idéia mais tarde quando tiver leitura suficiente para ter minha própria opinião bem mais consolidada do que esta que tenho agora como minha, mas realmente acho que eles não deveriam defender ferrenhamente um candidato que, para mim, não é digno de tanta defesa, ainda mais com a base não convincente de suas respostas.
Nervosa como às vezes fico quando sou contrariada, não expus as melhores cartas que tinha para dar sustentação a meu voto. Fiquei quieta muitas vezes com suas falas. E, depois, na hora de dormir, quando os pensamentos voltam à tona e o fim do túnel parece chegar, a irritação vem junto, te dando mil palavras e ideias. Como não convinha tocar no assunto de novo e gerar outro estresse para ambos os lados, vim aliviar esta tensão que guardo comigo. Escrevo um texto que não se dirige pessoalmente a eles; preciso , por aqui, afirmar uma posição: só de sacanagem vou votar com vontade neste candidato. Não vai ser com falta de entusiasmo, vai ser com força, para ratificar minha posição contra o candidato deles e contra eles. Para mostrar com orgulho que, assim como me disseram, não se pode acreditar em tudo que se lê, e que tudo aquilo não passava de uma farsa de palavras usadas pela mídia como poder de coersão. E, se uma vez eleito pelo voto deles o candidato que não sou a favor, que entre no governo com sorriso no rosto, e saia vaiado, porque é também com raiva e erros que se move o mundo e se escreve um texto.
domingo, 3 de outubro de 2010
Doce escapatória
Essa "festa da democracia" que tantos mencionam me traz a mente vários pensamentos e indagações. Surgiu uma reflexão este domingo de manhã, quando lia João Ubaldo Ribeiro no jornal O Globo. Em seu texto ele destaca dois tipos de eleitores: os que votam porque é obrigatório e os que não viram campanha alguma e, se viram, não entenderam. Conforme esta última classificação, o cidadão "votaria errado", pois troca seu voto por dinheiro, empregos, dentaduras, intervenções cirúrgicas ou qualquer outra bagatela. Em suas palavras diz que esse eleitor "aproveita-se do voto na única ocasião em que ele lhe tem alguma serventia". Mas, realmente, que perspectivas esse eleitor deve ter do seu voto e da sua escolha? Talvez sua vida seja tão carente de coisas básicas que o que ele mais espera seja aquele imediatismo para resolver parte de uma situação que nunca melhora, que está sempre a ser moldada conforme os interesses dos "poderosos" que têm o controle da sua articulação política. Então, do ponto de vista desses individuos, não é tão absurdo assim pensar em receber, como agradecimento da sua lealdade a esses políticos, utensílios de pequeno valor material que significam tanto para vidas mais do que simples, necessitadas. Esses cidadãos não têm a visão dapolítica como um todo, mas como uma parte - a sua parte da história - que muda, talvez, significativamente sua sobrevivência até as próximas eleições.
É lógico que não quero aqui justificar a validez desses votos, mas tentar compreendê-los. O necessário seria esclarecer para toda a população a importância da sua escolha política, e, se possível, fazê-la entender na prática o que isso significa através das reformas que o governo empreendesse.
Acho - e esta é só a minha opinião do assunto - que tudo se resume numa doce escapatória que todos querem para o destino do país e de suas famílias. Seja o voto obrigatório do descrente, seja o das trocas de favores ou seja o dos engajados políticos e carregadores de uma ideologia política, todos temos perspectivas do voto sobre uma visão diferente e, quase sempre achamos que ele muda de alguma forma a conjuntura do estado-nação. O voto não é uma questão de ser errado ou certo, mas de ser relativo à visão de alterar, ou não, os rumos que um governo toma, no qual cada um defende o que acha que é melhor, seja direta ou indiretamente, para si.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Pensamentos Cartesianos
Acontece que acho que o mundo é mais que lógica e razão... não existe só o pensamento, existe também a palavra dos outros: a fé. Ou você acredita no que te dizem (acreditar não signiffica meramente aceitar tudo que lhe é exposto. Me me refiro aqui, acreditar no que não é possível ser comprovado e vai além do mundo material) ou opta por insistir na dúvida. Deixe-me explicar melhor: existe a fé nos sentimentos. Não existe garantias do sentimento de uma pessoa, existem evidências que você pode acreditar ou não...ou talvez nem as evidências existam e é aí que você desconfia ainda mais do sentimento dos outros. Se uma pessoa lhe disser que gosta muito de você: o que fazer? acreditar? ignorar? É tudo uma questão de fé; de confiança. Você nunca terá garantia daquela "verdade" dita pois simplesmente você não é a outra pessoa e não tem como entrar na mente dela.
Acho que talvez seja melhor ficar no éter do que mergulhar no caos que é o questionamento de uma coisa que nunca se obterá uma resposta e que com indagações que não são respondidas nunca, você só se fere cada dia mais.
domingo, 12 de setembro de 2010
O Capitalismo e suas reinvenções
As inovações tecnológicas surgem no contexto de se prontificar às demandas desse sistema econômico Dessa forma, na era digital que vivenciamos, assistimos ao soerguimento da internet com todas as suas artemanhas para fortalecer as relações capitalísticas. No início, com um pouco de desconfiança dos internautas, ela lança mão de uma compra e venda onlin, diminuindo tempo e espaço ´para ambos os lados. Fica mais fácil tanto para o vendedor que amplia sua área de influência e seu lucro, quanto para o comprador, que tem acesso a uma maior gama de objetos-alvo para sua utilização, além de poder pesquisar mais facilmente preços de acordo com seu orçamento, ou não - já que o crédito está aí pra isso.
Agora, além dessas transações econômicas online, inventou-se portais para anunciação de serviços e produtos que chamam atenção não por suas propagandas habituais, mas por suas promoções 'anormais'. Todo dia os usuários cadastrados nessas espécies de 'redes sociais de comércio' são avisados de promoções nos mais diversos gêneros (roupas, restaurantes, estética, etc), podendo pegar barganhas de até 90 porcento de desconto.
Sim: o capitalismo parece se superar a cada instante que passa. Esses portais, recentes no Brasil. já são bem comuns nos Estados Unidos - o pai do consumismo. Fica claro que esses novos tentáculos do sistema capitalista corrobora não só seu complexo econômico, porém, mais que isso, seu complexo ideológico. O público espera ansioso pelas novas ofertas que virão, as pessoas veem-se impelidas a participar daquela promoção extraordinária e imperdível, e antes o que era inacessível parea muitas pessoas, torna-se objeto de desejo - e um desejo realizado - que vem para dar forças à ideologia consumista. Essa é a nova reinvenção do capitalismo.
*A propósito, consegui uma promoção ó-ti-ma no peixe urbano!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Her morning elegance
Ela era muito bonita e muito medrosa. E por ter medo de tudo: de arriscar, de viver, de sonhar, acabou por convir. Fazia as coisas por conveniência: tudo dava certo e tudo ocorria conforme o esperado. Não era abalada por surpresas e não era surpreendida por abalos.
Era tudo muito fácil. Acordava tarde por convir: quem não a esperaria? Chegava ao trabalho atrasada e não dava bom dia...quem se zangaria quando se tem um rosto fascinante para admirar? Sua beleza se comparava a qualquer anestesiante! Namorava um cara de que não amava: simplesmente gostava. Afinal de contas, era conveniente para os dois: ela teria uma compania e ele teria a mulher que amava. Usava as roupas mais caras e bonitas das lojas: tinha dinheiro e sua maior liberdade era fazer as compras do mês. Se alimentava só de salada: era conveniente para sua dieta. Se relacionava com 2 ou 3 pessoas no máximo. Não fazia questão de ter amigos: era conveniente não dar satisfações da sua vida. Dormia por conveniência: era rejuvenescedor para sua pele. Tinha um cachorro: convinha ter um animal de estimação para suprir sua carência emocional.
Até que, conforme os dias passavam, percebia que não era imune ao tempo e à tolerância dos que a rodeavam. O que ela não sabia é que as outras pessoas também tinham suas conveniências. Foi demitida pois não convinha a seu patrão aceitar seu mau humor diário. Seu namorado cansou de dedicar seu amor incondicional a alguém que não mostrava merece-lo. Não convinha mais se vestir com grifes: seu salário se sucumbira. Por conveniência, aprendeu a gostar de um bom feijão com arroz: era mais barato e dava mais sustância. Passou a tentar investir em novas amizades e construir um campo de relacionamentos profissionais, sim, pois precisava de um novo emprego. Seu cachorro falecera por algum motivo qualquer e acabara por enfatizar sua solidão. Suas decepções aumentaram e sua insônia também: convinha à preocupação não deixá-la dormir e presenteá-la com olheiras.
Foi então que percebeu que a vida é mais que uma conveniência. Não tinha sido posta no mundo por que seus pais conviram. A atenção que dedicavam a ela era amor, não conveniência. Percebeu que a vida era feita de escolhase, mais que isso, escolhas difícies e errantes. Mas era muito mais prazeroso e gratificante correr atrás dos seus sonhos, antes perdidos, que convir às coisas que lhe apareciam. Descobriu que antes as migalhas do amor que oferecia a seu amante lhe pareciam agora um sentimento reprimido, porém verdadeiro; e foi sem seu orgulho costumeiro que pediu para reatar. Podia sentir agora o vento em seu rosto, acordava cedo para o batente, ria e sorria sozinha na rua, cumprimentava seus novos companheiros de trabalho e finalmente lutava para mostrar que merecia viver. A única coisa que lhe restara de seu passado conveniente fora sua elegância pela manhã e pelo resto da vida.
domingo, 5 de setembro de 2010
Relatos do lado de cá
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Que país é esse?
"(...) Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
_ não sei, não sei . Não sei se fico
ou passo (...)"
(Cecília Meireles)
Sabe quando você chega ao ponto de não saber como reagir com certas situações? Quando mais uma denúncia te deixa incrédula e ao mesmo tempo intacta por dentro, porque simplesmente você sabe que as coisas são dessa forma e não mudam? Pois é, parece que os abusos de poder público e corrupções não chegam ao fim: o ralo está aberto e o cheiro de esgoto não para. Acontece que, olhando rapidamente o portal da Uol uma notícia me chamou a atenção :
Juiz militar do caso Cissa é preso por furto de cabos de telefonia no Rio
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Intertextualidade em prática
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Charada
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
De esquerda
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez,
as coisas deste mundo.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
X
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Das Habilidades
*Primeiro aconteceu de estar jogando damas com G. num dia qualquer. O jogo, desmerecido por ele (tenho minhas suposições do por quê) , foi levado com animação por mim. É com modéstia que digo que o superei de lavada e, para não deixá-lo triste, deixei-o fazer algumas poucas damas. Ele, decididamente, mas não com sua admissão, não gostou do jogo por não ter ganho, afinal de contas, segundo o próprio, damas é chato, bobo. E eu, após o triunfo, aproveitei o meu momento de, levemente, zombar dele: por que não ganhara um jogo tão idiota? Vai ver eu era "café-com-leite" e nem sabia...mas isso não muda os fatos: ganhei e pronto!
*A segunda oportunidade veio com minha aula de xadrez, ministrada por G., que segundo ele, sempre ganhava de seu tio, igualmente aprendiz como eu. Assim é fácil ser o nº 1...mas enfim, parti para minha primeira e única aula. Sempre pensara nesse jogo como sendo de nerd, e talvez o seja, pois a quantidade de horas que alguém deve ter que passar estudando as jogadas de cada peça não é mole não. Cada peça tem um jeito de andar, de comer, etc e tal. Ou eu sou realmente lerda, ou realmente se leva algum tempo e prática para assimilar as regras do xadrez. Admito que não consegui levar a partida até o final: a cada jogada que fazia era um integrante de meu "time" que se ia. Achei o jogo chato e de uma forma ou de outra, ele vencera.
*O seguinte fato que procedeu veio para dar a luz a questões não esclarecidas anteriormente. Veio a ocorrer que algum tempo depois, lendo um conto de "Histórias extraordinárias" de E. A. Poe achei o texto que justifica os acontecimentos que se passaram - palavras mais apropriadas não poderia achar, considerando uma questão de coincidência perfeita. O conto intitulado "Os crimes da Rua Morgue" contém tais palavras:
" (...) No entanto calcular não é o mesmo que analisar. Um enxadrista por exemplo, efetua uma dessas coisas sem esforçar-se quanto à outra. Segue-se daí que o jogo de xadrez em seus efeitos sobre o caráter mental, é muito mal compreendido (...) Aproveitei, pois esta ocasião para afirmar que as faculdades mais importantes da inteligência reflexiva agem de maneira mais decisiva e útil no simples jogo de damas do que em toda essa frivolidade complicada do xadrez. Neste último, onde as peças têm movimentos diferentes e estranhos, com valores vários e variáveis, o que é apenas complexo é considerado (erro nada incoomum) profundo. A atenção, aqui, é poderosamente posta em jogo. Se se descuida um instante, e se comete um engabo, os resultados implicam perda ou derrota. Como os movimentos possíveis não são apenas variados, como também complicados, as possibilidades de tais descuidos se multiplicam e, nove em cada dez casos, é o jogador mais atento o que vence, e não o mais perspicaz. No jogo de damas, pelo contrário, onde os movimentos são únicos e têm pouca variação, são diminutas as probabilidades de descuido e, como a atenção quase não é empregada, as vantagens obtidas por uma ou outra das partes são conseguidas devido a uma perspicácia superior. Exemplificando o que dissemos, suponhamos um jogo de damas em que as peças sejam reduzidas a quatro reis e onde, naturalmente, não é de se esperar qualquer descuido, É evidente que, aqui, a vitória só poderá ser decidida (achando-se os jogadores em igualdade de condições) pelo movimento recherché¹ resultante de um determinado esforço de inteligência (...)"
Após este argumentos pude chegar a uma conclusão:
Ele, atencioso; Eu, perspicaz ;)
¹Rebuscado
domingo, 1 de agosto de 2010
Chico Buarque
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
...
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Le Petit
sábado, 24 de julho de 2010
Por uma mídia sem máscara
Este documentário,"Muito além do cidadão Kane", realizado pela BBC em 1993 apresenta um panorama interessante sobre como foi o surgimento da TV Globo e suas repercussões ao longo de sua "vida". A manipulação é o foco do documentário e ainda podemos perceber como o poder público está ligado aos meios de comunicação, como ainda hoje existe,podendo ser visto escrachadamente em regiões do Nordeste, a citar o Maranhão.
Apesar de acreditar que algumas relações de dependência do telespectador tenham se alterado, principalmente com o advento da internet e novas tecnologias, acredito que boa parte do que foi mostrado na década de 1990 continua a ser verdade: os conglomerados de informação continuam a existir, a manipulação de fatos e acontecimentos é presente e a relação de coronelismo é notória.Assim como explicitado num artigo do site da associação de roteiristas ( ver em: ) grandes políticos, para não dizer Presidentes da República à época (década de 1990), responsáveis pela concessão de rádio e TV, se beneficiaram desse ato,conseguindo aumentar em um ano o seu mandato e aprovar a emenda de reeleição, tudo isso com o apoio de parlamentares ligados à empresas de telecomunicações.
Ainda noticiou-se recentemente,principalmente pela TV Record, a utilização da Globo de maneira irregular de uma área na zona sul de SP que, teoricamente, seria do Estado. Após o escândalo, José Serra oficializa uma parceria com a emissora de Roberto Marinho para a construção de uma escola técnica orientada para formação na área de mídia eletrônica.
Há também aqueles fatos em que jornalistas e apresentadores são demitidos de cargos e programas de televisão simplesmente por tentar romper com um certa máscara política. Assim aconteceu com Gabriel Priolli, (ex)diretor de jornalismo da TV Cultura, que tentou direcionar uma reportagem sobre os pedágios paulistas, e o apresentador do Roda Viva, Heródoto Barbeiro, que numa entrevista com José Serra, atual candidato à presidência da república, incluiu perguntas capiciosas em seu programa sobre os pedágios paulistas também
É essa a liberdade de imprensa que temos. Não é algo recente: a troca de favores e parcerias sempre estiveram presentes. Uma imprensa brasileira que mascara fatos e atitudes, proibe denúncias que, uma vez desrespeitadas, sofrem punições individuais como mostradas acima. Acho que a internet tem o potencial de burlar essas barreiras. Todos temos capacidade de acabar com essas falsificações e denunciar um jornalismo de certa forma complexamente corrupto.
REFERÊNCIAS:
-Sites:
Associação brasileira de roteiristas:
CMI Brasil:
Portal R7 - Record:
Carta Maior:
Café na política:
domingo, 18 de julho de 2010
Inocência
Você perguntou se aquilo era realmente verdade, perplexo, talvez, com a inutilidade daquela situação, e eu, na minha ânsia do esquisitamente inevitável sentimento, respondi que sim.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Realidade inventada
Receio que com estas palavras iniciais e com esta foto fuja ao meu propósito. Vim falar sobre a realidade inventada, sim, aquela que Clarice desejava. Talvez uma que possa ter meus sonhos mais distantes realizados e um mundo em que possa cativar todas as pessoas que amo e que me fazem feliz. Uma realidade que apesar dos desenganos e desilusões que sofra, ainda possa saber que essa apimentada não me impede de ser satisfeita com que tenho.
Mas, acabando com a digressão(desviei meu foco como supus anteriormente), parto para o texto que fará jus ao título do post. É engraçado como às vezes criamos expectativas para alguém que gostamos: montamos um esteriótipo de Ser para cada amigo ou amante, e quando ele/ela nos decepciona, fugindo do esperado, a primeira coisa que fazemos é refutar os fatos, refutar a ideia de traição. Traição da confiança que projetamos, de tudo aquilo que tanto esperamos receber como resposta da sua simples presença; traição do mínimo com o qual gostaríamos de ser presenteados.
Talvez isso seja amor. Talvez esse amor seja sinônimo de extra confiança e assim rejeitamos qualquer ideia de imperfeição e de humanidade. Sim, as pessoas erram, ou melhor, num tom bem eufemístico: as pessoas são pessoas. São feitas de matéria orgânica e subconsciente ativo, emoções à flor da pele e compostas de uma alma prolixa. Ninguém é perfeito o tempo todo. Somos pequenas partículas nesta elipse e de vez em quando permanecemos na órbita errante. Queremos, ainda que involuntariamente, uma realidade inventada para suprir nossas necessidades emocionais.
domingo, 20 de junho de 2010
Reflexões literárias
sábado, 5 de junho de 2010
Concurso da megazine
Oráculo de Delfos
Pensar no futuro é um grande desafio e, possivelmente, um vazio absoluto. Cheguei aos meus 17e não quero saber como sairei dele. Seria possível criar um "Oráculo de Delfos"? Mas que deixe claro: um na versão século XXI. Não aquele que pudesse acabar com todo o mistério e excentricidade do futuro, porém um que congelasse meu presente e o tornasse não só imortal na lembrança, fazendo possível reviver meus melhores momentos. Acho que já não estou tão certa sobre o título do post: melhor seria dizer - Máquina do tempo.
Como se percebe, não ganhei...rs...senão não estaria tão neutra quanto a este assunto, provavelmente falaria com muitto orgulho da conquista. Não que escrever minhas palavras não seja um orgulho, mas é tão cotidiano que não me faz pular de alegria, pelo menos não exteriormente e explicitamente.
domingo, 9 de maio de 2010
Ah...o amor!
Mais curtas em http://portacurtas.com.br
"...
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar..."
(Fernando Pessoa)
É possível não amar?
E se não amando, como contar às próximas gerações a vida mal amada?
Ah...o amor!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
O corpo morto do homem
Central do Brasil, exatamente 19:15 hr, plataforma 7. Já pensara algumas vezes em escrever sobre como funciona, mais ou menos, a vida de um passageiro de trem. Pensara ainda em contar como é o caos no horário de rush, destacando que de tão trágico que é a disputa por um lugar sentado na viagem, chega a ser cômico.
Mas não é por esses motivos que sou impelida a escrever, e sim por uma situação ainda mais desconsertante: um homem morreu na linha do trem. Pois é, isso mesmo. Tudo começou quando ia pegar o trem para Santa Cruz, que geralmente se situa na plataforma 6. Porém, ao chegar lá, todos eram empurrados pelo apito do guarda ferroviário para retornarem. Ouvindo-se o burburinho do povo descobre-se que o motivo é simples: um homem morreu. Mas como assim? Morreu de que? "Morte morrida"? "Morte matada"? Foi então que meu espírito jornalístico aliado a minha leve curiosidade levaram-me a pressionar minha mãe para perguntar ao guarda o que ocorrera realmente. É lógico que fora mais uma questão jornalística que uma curiosidade(aham, sei...) - ossos do ofício - e assim obtive através de mãezinha uma resposta bem direta do guarda "Não sei de nada. Cheguei aqui agora". Ok, Dona Ignorância mandou lembranças. Nos distanciamos com o gelo que recebemos.
Logo mais- passando para outras plataformas a espera do veículo que nos transportaria para casa; estressada com a não proposital(creio eu) forma de nos fazer de "barata tonta" - pude ver o corpo morto. Pensei ficar mais espantada com a visão, mas me surpreendi comigo mesma. Um vendedor ambulante acaba por retratar a morte como sendo consequência de um atropelamento. Acabei por me satisfazer com esta explicação superficial e dei créditos a sua palavra.
Enfim, acho que cheguei a meu propósito. Não são mais 19:15 hr e não estou mais na central do Brasil. São exatamente 19:50 e não sei aonde estou. Só sei que estou a caminho de casa para finalmente divulgar estas palavras, fazer trabalhos no computador e quem sabe, finalmente ir dormir. Me despeço no estilo Renata Bernardes: uma boa noite a todos voccês.
Ps:Mais tarde, escutando a CBN, descobri que o homem fora esfaqueado e caíra na linha.
domingo, 2 de maio de 2010
100 anos de história
(Ballet Carmen interpretado por Svetlana Zakharova)
Hoje(02/05/2010) o Thetro Municipal do Rio de Janeiro finalmente reabre suas portas num esquema de "soft opening", ou seja, uma abertura parcial, visto que as obras ainda não foram concluídas.
Para este tão esperado dia fora escolhido o balé Carmen como inauguração, sendo este apresentado pela primeira vez no Brasil.Carmen é uma criação de Roland Petit baseada na ópera de Bizet, com música ecoreografia penetrantes. A apresentação estará disponível do dia 2 ao dia 9 de maio com ingressos variando de $12(galeria) a $252(camarote).
Mias informações:http://www.governo.rj.gov.br/noticias.asp?N=58277
sábado, 1 de maio de 2010
Desentendimento
Ser lido tem essas complicações.Você escreve. Alguém lê. A mensagem chegou? Lembrando um pouco da aula de artes na faculdade e discutindo nela sobre arte contemporânea, escrever é parecida com esta, talvez seja a própria...mas isso é prosa pra outra hora. A questão aqui é que algumas palavras são revestidas de incompreensão pelo leitor e consideradas bizarras. Contudo o objetivo aqui não é meramente ilustrativo, é essência também.É transmitir sensações, expressar sentimentos e tentar que a mensagem chegue de alguma forma. Chegou?
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Sei Lá
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá,
Sei lá
a vida é uma grande ilusão
Sei lá,
Sei lá,
eu só sei que ela está com a razão
Sei lá,
Sei lá
a vida é uma grande ilusão
Sei lá,
Sei lá,
eu só sei que ela está com a razão
ninguem nunca sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá,
Sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá,
Sei lá
A vida tem sempre razão
Sei lá,
Sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá,
Sei lá
A vida tem sempre razão
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Das Positivas
Senti-me assim com a morte de uma cachorra. Pode parecer besteira mas esse animal significa tanto quanto qualquer ser humano. E a sensação foi ainda pior pois não me despedi nem fiz o máximo que pude para evitar tal tragédia, tão costumeira mas tão inconformável!
Fiquei ainda mal quando percebi que minha outa amiguinha, a Kira, ficaria sem compania do mesmo porte. Talvez elas realmente se entendessem à seus modos. Será que o "feeling" de solidão tomou conta dela? Pois bem, não estarei t~\o presente em casa e disponível, visto que a faculdade agora me tomará o tempo, e os carinhos e atenções ficarão escassos da minha parte. Enfim, torço para que ela supere.Nunca, ou melhor dizendo, ainda não tive o sentimento de estar sozinha no mundo.Porém sei que esse dia irá chegar e não será fácil.
Não que não possua amigos ou pessoas que me amem, mas cheguei a uma conclusão em uma prosa com uma amiga: aparece o dia em que você percebe que suas escolhas só dependem de se próprio. Isso é ser independente. É ter a consciência que és livre, responsável pelos seus atos e que, boa parte da vezes, somos a melhor compania que temos. É poder olhar para o espelho(sozinho),encarar seu reflexo e ter a noção de que se vc sorrir terá de volta um sorriso. Basta se aceitar e repetir o que Clarice(Lispector) disse:
"...Que minha solidão me sirva de compania, que eu tenha coragem de me enfrentar, que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Laissez faire, laissez passer
segunda-feira, 15 de março de 2010
Corpo e Alma
sexta-feira, 12 de março de 2010
Tarefa difícil
Ok, é meu primeiro dia aqui, e sinceramente, escrevo sem saber se serei lida. Mas escrevo com o intuito de satisfazer uma necessidade própria. Apesar de o texto demonstrar um pouco do meu pensamento (não que eu seja uma poeta, mas é uma questão de me adaptar mais à escrita que à fala), não realizo esta tarefa com facilidade. Pode parecer estranho mas estas palavras aqui presentes carregam consigo uma parte de minha timidez e vergonha: não é fácil esta libertação.