domingo, 20 de junho de 2010

Reflexões literárias






É engraçado como alguns livros captam sua atenção e admiração. Começamos a ler sem nenhuma obrigação é lógico, e o que era apenas uma leitura torna-se uma obssessão: anseia-se pelo final, e quando este chega não nos conformamos com seu fim, com a ideia de que toda aquela narração era uma ficção e que previsivelmente aquela história tem um desfecho que independe da sua opinião ou esperança. Enfim, posso dizer da invenção de Morel que fora um livro tranquilo e gostoso de ler. De minha parte houve várias suposições sobre o suspense do livro. Fiz-me indagações e mudei de ideias algumas vezes. Mais que isso, o livro de Bioy Casares gera um reflexão e no meio da narrativa acabei anotando uma frase que me chamou a atenção: "Na solidão é impossível estar morto". Carregada com um tom filosófico , por que não se perguntar o que nos faz estar vivos? Qual a falta que nos move?
Livro não menos cativante é o da Lygia Fagundes Telles. As três meninas no qual se foca o enredo são dignas de encantamento, é certo que varia de acordo com a identificação do leitor, mas poderia arriscar dizer que Lorena é a que mais envolve, talvez até por ela ser uma das que mais escreve em primeira pessoa no livro.
O livro conta a história de três amigas que vivem na época da ditadura militar e que possuem perspectivas e propósitos diferentes de vida. Igualmente como Morel, porém com mais intensidade, este livro me capturou e anotei algumas passagens, uma delas seria a seguinte: "Quero te dizer também que nós, as criaturas humanas, vivemos muito(ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo desdobra-se sempre às nossas decisões. Não nos esqueçamos das cicatrizes geradas pela morte. Nossa plenitude, eis o que importa. Elaboremos em nós as forças que nos farão plenos e verdadeiros."
Desta forma, fica difícil não pensar nas neuroses que nos prendem aos mais punitivos pensamentos e às restrições que nos impomos. Mais do que leitura e entretenimentos, de alguns livros podemos tirar ensinamentos e questionamentos. São livros repletos de reflexões, sejam elas intencionais ou não.

sábado, 5 de junho de 2010

Concurso da megazine

Bom, só para atualizar, segue abaixo o primeiro(e único) texto que mandei em março para o concurso do blog megazine, do jornal O GLOBO:

Oráculo de Delfos


Pensar no futuro é um grande desafio e, possivelmente, um vazio absoluto. Cheguei aos meus 17e não quero saber como sairei dele. Seria possível criar um "Oráculo de Delfos"? Mas que deixe claro: um na versão século XXI. Não aquele que pudesse acabar com todo o mistério e excentricidade do futuro, porém um que congelasse meu presente e o tornasse não só imortal na lembrança, fazendo possível reviver meus melhores momentos. Acho que já não estou tão certa sobre o título do post: melhor seria dizer - Máquina do tempo.

Como se percebe, não ganhei...rs...senão não estaria tão neutra quanto a este assunto, provavelmente falaria com muitto orgulho da conquista. Não que escrever minhas palavras não seja um orgulho, mas é tão cotidiano que não me faz pular de alegria, pelo menos não exteriormente e explicitamente.