sábado, 21 de agosto de 2010

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Qual é o gosto da coragem? Se alguém souber preparar esse prato e me apresentá-lo, fico grata. Se tiver um tempero que facilite sua digestão e incorporação por meu organismo, melhor ainda.



Procuro na lembrança as oportunidades que tive para devorá-la, e como num sonho, acordei sem saber seu sabor: um vazio; um branco que após sua solidez, deixou um ponto de interrogação. Descobri, através de conversas cotidianas com amigos queridos, que ela vem recheada com força e atitude.


Lembrei: a interrogação foi substituída por uma exclamação ! Tudo que encontrei foi o medo. Deste eu lembro o gosto...um tempero tão doce que era prazeroso degluti-lo. As coisas vão se ajustando na mente e as imagens vão se desembaçando: é que quando precisava tomar uma decisão, o cardápio só oferecia duas opções, cada uma anulava a outra, de modo a não poder escolhê-las simultaneamente. Foi por causa desse dia que tenho hoje o sabor de minha vida mutável.

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