Era uma pessoa intrigante. Irritava com suas tolas brincadeiras e falta de personalidade. Sua estupidez e sua mente maquiavélica. Surpreendia com sua seriedade e sua inteligência. Sim, tinha inteligência: seu ócio era por mera opção. E fico pensando o que não poderia se tornar se desenvolvesse o potencial que, achava eu, carregava.
Mas não seria personalidade o que era? Dividia-se em dois: numa dualidade que quase podia separá-lo em bem e mal, chato e legal, entediante e...o que mais? Duvidava (eu) da imagem que queria mostrar. Parecia querer ser alguém impiedoso e soberano. Mas mal podia eu acreditar no que via, pois sua imagem colocava muitas vezes em contrapartida o que dizia ser. Entretanto, as más línguas confirmavam sua inescrupulosidade.
Podia ser quase adorável e quase desprezível. Não era uma pessoa fascinante, Talvez nunca pudesse sê-lo. Mas o que seria então?Era abstrato o pensamento que nele vagava. Era a oscilação do vazio com a presença. Era a tentativa de formar um conceito ou uma teoria que não fosse aplicável ao concreto.
Podia dar a sensação de proteção e amabilidade. Mas não se esforçava para parecer perigoso: podia dar medo com suas palavras, sem necessidade de ser sério; suas brincadeiras às vezes carregavam um quê obscuro. E seu riso podia até retrair corpos ou mentes para um canto afastado de si.
O que era? Talvez a incompreensão do que é um humano . É a dúvida, ou não, se o tempo pode trazer a forma mais definida do que é o verbo SER. É a dúvida da dupla-personalidade (ou multi?) que pode se esconder num só corpo e num só espírito. Talvez tenha várias caras: uma quase bonita, outra quase feia, diria Clarice. Ele é um o quê? Um quase tudo.
Fiquei com medo, parece até filme de terror. Nossa, essa pessoa é um monstro. Quem é esse ser quase tudo?
ResponderExcluirkkkkk...que horror! Não é um monstro! Me inspirei numa personagem de um filme brasileiro recente! rs
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